Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora,
pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma
vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero
mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e
quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de
asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso
me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a
vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.
Fernanda Mello
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