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terça-feira, 29 de abril de 2014

Um rótulo só

Se nasceu menino e quer ser menina é transexual. Se nasceu menina, e gosta de menina, é gay. Se nasceu menina, quer ser menino e gosta de menino é transexual e gay. Se gosta de gente, é bi. 

É uma necessidade sem fim de rotular pessoas, seguida de uma indignação com relação a "este mundo que já não é mais o mesmo", quando não se consegue fazer com que essas criaturas, chamadas seres humanos, parem dentro dos potes onde foram colocados com a etiqueta de sua categoria. 

Estava tão mais fácil quando os menininhos ficavam vestidos de menininhos e gostavam (ou diziam que gostavam) só de menininhas e as menininhas ficavam vestidinhas de menininhas fazendo seu trabalho como menininhas. Todos ficavam (aparentemente) quetinhos nos seus lugares, até que cansaram. Por mais disciplinado que qualquer um seja em manter as aparências, chega um momento que a necessidade de ser quem se quer ser fala mais alto, e quando é uma necessidade conjunta, ela não só fala alto, ela grita.

E a culpa parece ser das pessoas, que não param quietas, sendo que o real problema está nos rótulos. Onde está a explicação para tantos rótulos? Qual a utilidade deles, quando não se trata de avisar a alguém que aquele frasco contém veneno? Nunca foi visto categorização de pessoas quebrar preconceitos, provocar aceitação. Categorização sempre serviu para separar, deixar bem claro onde cada um deve ficar e o que deve fazer. Rótulos em pessoas, não explicam nada, o que explica algo são as próprias pessoas falando, dividindo suas experiências e mostrando que somos muito mais exceções que regras.

Ser hetero, homo, bi, trans não diz nada sobre ou a uma pessoa, e até chega a confundir as próprias pessoas a quem se referem que, às vezes, nem sabem em que categoria se encaixam. Então, quem elas são? Nós somos, quem sentimos ser, o que queremos vestir, a aparência que queremos mostrar, o amor a quem e como queremos transmitir. Somos pessoas, todas dentro do mesmo pote, com o mesmo e único rótulo grande, no qual se lê "GENTE".

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ampliarei a felicidade

Farei viagens longas, curtas, do outro lado do oceano, do lado de cá da fronteira, de todos os tipos e tamanhos, conhecendo cada pedacinho de mundo que foi criado e construído, para depois voltar correndo para casa, aquele único lugar do planeta que cada um  chama, verdadeiramente, de lar. Terei uma vida agitada, com dias de semana cheios, cheios de movimento, de satisfação, de resultados, e finais de semana tranquilos, com um ou vários sorrisos por perto e, também ao contrário, dias de semanas tranquilos e finais agitados. Apreciarei um pouco de tudo, um pouco de sossego, um pouco de distância, um pouco de apego, e também de muito, muito de momentos, muito de pessoas, muito de felicidade. Serei sempre de querer tudo que já tenho em tamanho ampliado. Pois, já não preciso de mais nada, nada de mais... a não ser tempo e dinheiro. Mas isso, quem não quer? Há quem queira também um amor, daqueles do jeitinho que se sonha, mas este eu já tenho, com quem farei viagens longas e curtas e voltarei correndo para o nosso lar de vida tranquila e agitada.