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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O mundo está preso

O mundo está perdido. Esta é uma frase que qualquer pessoa já deve ter se pego falando ou, ao menos, pensando, pelo menos uma vez, nestes últimos anos. E por que o mundo está perdido? Ou seria em que? Este, certamente, é o ponto em que está a divergência - os motivos - e é nesta divergência que o mundo está perdido. O mundo está perdido no meio das pessoas que buscam felicidade e das que buscam poder.

As que buscam felicidade são as que querem um mundo, realmente, melhor para todos os que vivem nele, repleto de liberdade, em que cada um possa ser quem quiser; as que almejam evolução nos mais variados sentidos e não pensam em retroceder aos tempos que já se passaram. O segundo grupo, por sua vez, concorda que, nos tempos antigos, tudo era diferente e que seria melhor, se voltasse a ser daquela forma, mas, por outro lado, não quer do passado os aspectos que não lhe trazem benefício algum.

Para este último grupo, antigamente, não existiam tantos homossexuais, ou pelo menos, não tinha tanta "sem-vergonhice" à mostra. Crê-se, assim, que estas pessoas nunca estudaram história, muito menos tenham realizado pesquisas sobre o tema; entende-se, também, que os seres humanos adoram sofrer preconceito, ter medo de apanhar ao caminhar, nas ruas, e ser rejeitado pela família; por isso há tantos gays. 

Além disso, para este grupo, o mundo está perdido por causa dos inúmeros casos de gravidez na adolescência. Contudo, com quantos anos nossas avós engravidaram? E nossas mães, tias, madrinhas? Ah, mas naquele tempo era diferente, elas casavam. Sim, naquele tempo, elas não tinham a opção de escolher o que era melhor para si e para seus filhos, elas deviam ficar para sempre presas ao seu marido, mesmo que ele fosse violento, ou não as fizessem bem. E quando a escolha se trata de se fazer um filho para os avós cuidarem? Isso seria uma contrapartida interessante deste grupo, porém, se antes isso não acontecia, como há tantas pessoas que foram criadas por seus avós?

Outro ponto importante para o mundo estar perdido, segundo este grupo, é a falta de religião. Ou seja, quando o sistema governamental era dirigido pelo clero, não havia problemas, tudo estava dentro da perfeita ordem, todos estavam felizes, todos podiam crescer e buscar melhoria de condições. Ademais, os países com liberdade religiosa, inclusive, com grande população ateia, e governo laico, como Suécia e Reino Unido, são, de longe, Estados mais violentos e com mais problemas sociais, que países como o Brasil e a Palestina, não?

Em contrapartida, pergunte a pessoas deste grupo se elas querem largar seus Ipads, Ipods, Iphones, máquinas de lavar roupa e louça, televisões a cores, etc. Para que largar se o mundo evoluiu? Mas, antigamente, o mundo não era melhor? E  por isso que este é o grupo dos que buscam o poder, o grupo dos antigos reis soberanos, dos déspotas esclarecidos, dos governantes corruptos, o grupo dos que só pensam em se auto-favorecer, que não querem um mundo em crescimento, pois isso seria dividir poder com muita gente. Claro que neste grupo há também os servos, que não sabem pra quê ou por quem estão lutando e todavia continuam na comodidade de não saber, defendendo ideais furados, com ênfase.

E assim, o mundo continua perdido, ou preso, por melhor dizer. Preso no preconceito, infeliz e inacreditavelmente, passado de geração a geração, segurando o mundo que quer buscar a felicidade, dia após dia, que se preocupa com o bem estar e a segurança pública, com o respeito às tradições, à religiosidade, à liberdade de expressão, que não quer combater a oposição, por combater; mas que quer discutir para um bem geral, lutar contra a desigualdade, e que sabe que o mundo não está lá como deveria estar, mas que quer andar para frente para resolver o que é preciso, buscando fazer com que o mundo se encontre, ao invés de continuar se perdendo ainda mais.