Me guardei dentro de mim mesma por acreditar que ninguém, além de mim, precisa saber de tudo que tenho vontade, necessidade, de tudo que sinto. Como não ia ganhar nada além de críticas em troca de mostrar-me mais e mais, preferi deixar a mostra só uma parte de mim: a parte sensata, forte e indiferente. E assim foi criada a minha imagem, uma parte sendo considerada o todo. E estava tudo bem, até a outra parte cansar de ficar escondida e querer, de uma vez por todas, se mostrar também. E ela tem toda razão. Ela não é a parte pior. É uma parte cheia de vontades e de outros sentimentos. Sentimentos que não combinam com sensatez ou força. E, agora, as duas partes estão brigando, porque a parte que sempre esteve a mostra não quer permitir que a outra estrague a imagem que ela construiu. E eu estou no meio deste furacão, esperando as duas se acertarem, para que eu possa viver em paz, sem me importar com imagem, partes ou qualquer outra coisa, apenas viver.
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