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quarta-feira, 6 de março de 2013

Não preciso de um título

Não consigo entender do que serviu a abolição já que se continua a obrigar pessoas a trocar espelhos por pau-brasil. De que mesmo vale à pena a liberdade de "escolher" ficar no meio de um monte de pedras com zumbis que disputam  qual deles pode dar mais pedaços de papel em troca de cacarecos, os quais eles vão jogar fora depois, enquanto o dia passa do lado de fora? 

Filhos caem, levantam, aprendem, choram e os pais mal veem. Para compensar, eles despejam todos os cacarecos, que conseguiram por ficar trancafiados por muito tempo sem reclamar demais, em cima deles e, assim, mostram como ser bons zumbizinhos. 

E depois que o tempo passa, os pais olham para o resultado dessa educação e não entendem onde foram parar aquelas criaturas cheias de ternura e como a carência deles antes por atenção se tornou chantagens para conseguir coisas fúteis. Os filhos, por sua vez, para conseguir mais inutilidades, precisam ir atrás da sua própria montanhas de pedras, e aproveitar para vomitar toda a sua boa educação em gente alheia.

Durante esse tempo todo, havia um sol, um céu que, às vezes, sorria, às vezes, chovia, havia vento, haviam outras pessoas, que trocariam sorrisos por outros sorrisos. Mas de que isso importaria, de que isso valeria, se não poderia ser pago com papel colorido, daquele que se consegue por ser um zumbi exemplar?

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