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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Enquanto não escrevo um livro

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Abri as portas do guarda-roupa e senti aquele cheiro bom, de blusa verde musgo, de cabelo bagunçado, olhar castanho. Percebi que mesmo sozinha não estava sem você, que bastava olhar para a dupla de cordas encostada no canto da parede ou para aquela bagunxinha particular ao lado da cama ou em cima do rack e você estava ali. 

Fechei os olhos e ouvi alguém repetir que eu não tinha nem ideia de que ia ficar contifo e que isso deveria ser muito legal. Sorri, pois, sim, isso é muito legal. Abri os olhos e já estava escuro. Agora seus olhos fitavam os meus, correspondendo ao sentimento de que me lembrava a pouco, quando ainda estava de olhos cerrados. Desta vez, fui eu quem repeti o quanto o inesperado é bom e como falar isso de pois de tanto tempo é melhor ainda. 

Por isso, ainda fico relembrando todas as cenas desde a primeira de que minha memória tem registro, voltando e avançando as imagens da forma mais vela possível, como em um filme. No entanto, já que, como você mesmo disse, livros são sempre melhores que filmes. Sendo assim, aqui estão estas palavras, o mais próximo de um livro que eu posso, no momento, te oferecer.

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