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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mascarar não é resolver

Não pode, não pode e não pode. 

É mais fácil decretar que menor não pode trabalhar para impedir que se escravizem crianças, ao invés, de legalizar e fiscalizar um trabalho para menores dentro do que é aceitável, sem o tirar da escola e sem o explorar. Certamente, há gráficos que mostram que o trabalho infantil diminuiu, porém ao mesmo tempo o gráfico de criminalidade continua subindo e ainda há um grande número de crianças trabalhando para sustentar sua família, vítimas do desemprego e da pobreza, por sua vez causados por corrupção e má distribuição de renda. 

Facilidade se encontra, ainda, em criar artifícios para "manter" as crianças na escola. Os números do Ideb melhoram a cada ano, mas pergunte para uma professora da escola pública quantos alunos que abandonam a escola, tem nos seus cadastros "transferidos" e quantos passam de ano sem ter aprendido o que deviam.  

A escravidão continua acontecendo com crianças e adultos, mesmo depois da abolição. A fome e a pobreza não será sanada com campanhas enquanto o desvio de verbas não parar, e uma forte mudança no embasamento das famílias não começar. A hostilidade racial não acaba na alteração de termos, já que o preconceito não está (só) na palavra e sim em como ela é dita. Combater a criminalidade diminuindo a maioridade penal, e continuar incentivando o consumismo, o amor pelas coisas, e ignorando as falhas na base da estrutura familiar básica, não vai deixar as cidades mais seguras. 

Se só palavras e leis radicais mudassem a situação, nosso país seria o que alcançaria o topo da lista de melhor lugar para se viver. Palavras tem força, leis tem força, mas o que muda algo são as atitudes. O radicalismo conseguiu "inclusões" forçadas, "respeito" forçado, e pessoas sendo as mesmas pessoas que sempre foram, com uma máscara de aceitação. 

Mascarar não é resolver.  E resolver não é fácil, no entanto, não é impossível. 

Considerado utopia ou não, o que a sociedade precisa são mudanças reais, que precisam de vontade e empenho real. Atitudes emergenciais podem e devem ser tomadas para atender ao urgente, enquanto as atitudes a longo prazo estão sendo colocadas em prática. O que não pode é continuar, somente, ditando o que não pode, sem criar base para uma mudança verdadeira.

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