Realmente não é a mesma coisa ter um filho biológico e um adotivo. Um filho biológico, dificilmente, vai ter sexo ou uma doença, transtorno ou coisa assim, escolhidos. Um filho adotivo não tem como vir sem querer, não tem como abortar e nunca é fruto de um descuido. Não se toma pílula do dia seguinte para impedir uma gravidez adotiva. Em quase todos os casos, os filhos são doados ou abandonados por mães biológicas, e são as mães adotivas que doam a atenção, cuidado e amor. Nem sempre uma mãe ama o filho que saiu da sua barriga, no entanto, dificilmente, uma mãe adotiva não vai amar seu filho com todas as suas forças. Numa gravidez adotiva não há dor, contrações, enjoos, não há como não desejá-la, ou ficar se perguntando o porquê dela ter acontecido naquele momento. Também não se tem a sensação de carregar uma vida no ventre, contudo a de dar uma nova vida à um serzinho que agora é carregado no coração. E apesar de opiniões contrárias, existem coisas em comum. Como um filho biológico, um filho adotivo não nasce amando sua mãe, ele tem um vínculo de necessidade. O amor é cultural, se aprende. Filhos dão trabalho, ficam doentes, sorriem lindamente, dizem eu te amo, brigam, desobedecem, dizem que odeiam os pais, pedem desculpas, batem a porta do quarto, tiram notas boas, fazem cartinhas nas datas comemorativas, ficam de recuperação, são ingratos, dão orgulho, pedem irmãos, dizem que não queriam ter irmãos, fazem as mães ficarem com vontade de mordê-los, quando são bebês, por fofura e de raiva, quando adolescentes, sendo eles biológicos ou adotivos. Eu não sou mãe, sou, apenas, filha. E pretendo ter filhos, apenas, filhos; já que biológicos e adotivos são adjetivos que não deviam ser utilizados para caracterizar a única coisa que importa na construção de uma família: o amor.
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