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quarta-feira, 23 de julho de 2014

A imortalidade dos mortais

A morte, como tudo que se desconhece, parcial ou completamente, é um tabu, no entanto, estive sempre ciente de que não há porque temê-la, de que ela é natural, e vai acontecer para todo mundo. Sempre ouvi minha mãe me dizer que a morte é covarde e sempre joga a culpa em algo, seja uma doença, acidente, crime ou idade, e, por mais que ela não seja uma estudiosa da área, sei que esta certa, pois a morte chega para todo mundo, é uma verdade inquestionável.

Nós, achamos que conhecemos a "Lei natural da vida", na qual os mais velhos morrem antes, os filhos enterram os pais. Mas é isto mesmo? Para a morte não há idade, morrem bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, todo o tempo. A lei natural da vida é que todos encontrem o fim do seu ciclo. E ninguém sabe o tamanho do seu ciclo, sendo assim, não tem como saber quando chegará ao final.

John Green escreveu em "A culpa é das estrelas", "Alguns infinitos são maiores que outros", e a vida está realmente repleta de infinitos, feitos de pequenos momentos, mas que são imortais em nossas memórias. Alguns infinitos são tristezas que parecem que não vão terminar nunca, outros são alegrias tão intensas que parecem que nunca terão fim, há infinitos escondidos no sabor de uma comida que será sentido, talvez, apenas uma vez, numa roupa que te fez perceber a beleza que há em você e no sol que renasce todos os dias, mesmo por trás das nuvens. Há infinitos guardados na rotina e na quebra dela. Ninguém provou se há infinito além desta vida. O que todos sabem é que neste planeta, qualquer coisas que nasce, morre. Sejam as plantas, os animais terrestres, aquáticos, sejamos nós, os meros mortais.

Ao mesmo tempo, há a famosa frase "Nada se cria, tudo se transforma". Uma semente que morre, deixa lugar para uma flor, que por sua vez, murcha e vira adubo para aquele solo que lhe acolheu, para que se acolha outra vida no local, que também cumprirá seu ciclo. E assim, com todos os elementos do globo: um dá lugar ao outro, se transforma em outro, morre, mas morre com a importância de dar continuidade ao ciclo da vida.

A nossa sorte, é que não precisamos morrer para uma flor crescer no coração de alguém, ou padecer para adubar o conhecimento. E também, certamente, quando o nosso fim chegar, não será em vão, certamente, não seremos exceções, nossa morte também será parte importante neste ciclo. Nos transformaremos, seja numa lembrança boa, numa imortal saudade, numa motivação sem igual ou um exemplo que tratá o sucesso para alguém.

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